domingo, 30 de setembro de 2018

Aos políticos, seu quinhão!


Acabo de assistir o debate dos presidenciáveis na TV Record (não voto - explicarei depois - mas sou politizado). Como cansei das possibilidades enojadiças do que o facebook possibilita com relação às pessoas se criticarem a todo momento, arrogando-se muitas vezes como especialistas de quaisquer assuntos e temas, resolvi “abrir a minha boca”, doa a quem doer (mesmo que a mim, claro)! E ratifiquei minhas impressões dos candidatos (independente do “raio-que-os-parta” de partidos rachados políticos aos quais são afiliados), coadunadas com reflexões – o senso comum é a base da ciência, e não deve ser descartado, já dizia Rubem Alves. De todos que ali estavam (excetuando-se o defensor de armas, que tem pouca multiplicidade cultural), percebi que realmente, os que teriam mais preparo para reger um país com sobriedade (e certa ousadia, talvez), seriam Ciro Gomes, e isto eu já percebera antes (que até se postou calmo, mas que geralmente se mostra desequilibrado emocionalmente nas ríspidas respostas e cortes a seus interlocutores jornalistas, sendo esta a razão de ser um possível perigo como regente), e que tem nível cultural e intelectual amplo e sabe dar valor aos que têm potencial; e não tão logo a seguir viria Álvaro Dias (mas este não parece ainda aceitar internamente que seria presidente e nem como agiria se o fosse). Tem boa vontade honesta também o Guilherme Boulos, mas ainda não o vejo sabendo trabalhar com o Brasil, devido a certa imaturidade e experiência aparente. Dos outros, agora sem uma ordem específica, listo o que me transmitiram. Cabo Daciolo é uma figura que fala alguns fatos que gostaríamos de ouvir (como Enéas o fazia, guardadas, obviamente, gigantescas distinções entre ambos), mas que descamba pro “delirantismo” aos finais das explanativas e que, obviamente está ali fazendo um papel que sabe que não será o de presidente. Marina Silva reitera o que fez sempre: falta-lhe coragem para assumir os riscos e se restringe a um padrão que cristalizou de anos atrás. Seu carisma continua quase zerado. Henrique Meirelles não sabe como debater, pois claramente entrou convidado a presidenciável no “susto” e não parece querer realmente sê-lo (suas ações e falas lembram uma múmia quase paralítica, para quem se lembra de Agildo Ribeiro e seu quadro de humor como professor que trazia histórias e lendas). Para mim, Meirelles deve ser um ótimo matemático e burocrata, apenas isso (lembra-me os extraterrestres poético-burocráticos do livro/filme “O Mochileiro das Galáxias” que matavam de tédio seus ouvintes com suas tentativas de leitura de suas poesias sorumbaticamente burocráticas!). Alckmin é o padrão de sempre, embora desta vez tenha parecido um pouco menos “raivoso” que das outras, mas seu discurso é o das grandes obras e não o de auxílio direto aos menos favorecidos, tal qual um médico da elite que opera os abastados em hospitais de luxo e fala sobre o SUS sem nunca tê-lo experimentado. Haddad é outro que se resguarda querendo ser presidente sem sê-lo (talvez porque ainda não tenha aceitado internamente estar no lugar de Lula), e timidamente discursa lembrando que foi prefeito da maior cidade de São Paulo, mas que ainda não se sente pronto internamente para encarar um país (até mesmo pelas dificuldades que teve em organizar a megalópole de São Paulo).
Eu, caros que gostam de criticar a todos (e aos que não o fazem também), realmente poderia talvez dar meu voto ao Ciro, pois se eu assim o fizesse (votar em alguém, finalmente), eu o cobraria incessantemente, acompanhando suas ações e tentando averiguar sua transparência no governo!  Claro que eu poderia fazer isso a qualquer um outro (acompanhar seus passos como presidente), mas na listagem que fiz, eu estaria confortável em fazê-lo mais com ele (e possivelmente com Boulos), sendo os outros aparentemente mais distantes de eu alcançar, devido a fatores que intuo mas não quero desperdiçar mais tempo e gasto mental aqui explanando). Porém, eu não posso votar! Alias, não posso nem pisar na sala da urna, tendo que justificar minha ausência fazendo minha parte conforme minha consciência político-social, pois se não confio no sistema eleitoral eletrônico (de novo, acessem aqui < https://urnaeletronica.info/ > não é uma fala de qualquer um, mas de especialistas gabaritados que avisam da fragilidade das votações desde 2013 e que vêm testando as urnas desde então, sempre sendo limitados pelo governo e TSE), e menos ainda no sistema da máquina política com seus altos salários, imunidades, corrupção e cafajestagens, como posso dar-lhes meu voto de confiança? Ah, sim, mas retomando, se nossas urnas tivessem a contraparte do papel, talvez eu aceitasse votar desta vez (mas retiraram a possibilidade da contraparte do papel mais uma vez). Eu realmente não só cobraria o presidenciável caso vencesse, como lhe pediria que retrabalhasse a Constituição buscando alterar todo o maldito sistema político, a começar pelos salários deles e adicionais, e retirando a imunidade. Isto para começar. Ah, sim, mas resta um problema: se Ciro (ou quem quer que eu votasse) não leva em pauta essa questão, então talvez eu apenas depositasse meio voto a ele...como seria isso? Não sei, talvez eu consiga responder se delirar tanto quanto o atônito Cabo Daciolo!
Fonte da imagem: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/08/16/interna_politica,980795/capa-estado-de-minas-analogia-eleicoes-de-2018-corrida-maluca-viraliza.shtml

Gazy Andraus, Campanha/MG. 01/10/2018

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