Acabo de assistir o debate dos
presidenciáveis na TV Record (não voto - explicarei depois - mas sou
politizado). Como cansei das possibilidades enojadiças do que o facebook possibilita com relação às
pessoas se criticarem a todo momento, arrogando-se muitas vezes como
especialistas de quaisquer assuntos e temas, resolvi “abrir a minha boca”, doa
a quem doer (mesmo que a mim, claro)! E ratifiquei minhas impressões dos
candidatos (independente do “raio-que-os-parta” de partidos rachados políticos
aos quais são afiliados), coadunadas com reflexões – o senso comum é a base da
ciência, e não deve ser descartado, já dizia Rubem Alves. De todos que ali
estavam (excetuando-se o defensor de armas, que tem pouca multiplicidade
cultural), percebi que realmente, os que teriam mais preparo para reger um país
com sobriedade (e certa ousadia, talvez), seriam Ciro Gomes, e isto eu já
percebera antes (que até se postou calmo, mas que geralmente se mostra
desequilibrado emocionalmente nas ríspidas respostas e cortes a seus
interlocutores jornalistas, sendo esta a razão de ser um possível perigo como
regente), e que tem nível cultural e intelectual amplo e sabe dar valor aos que
têm potencial; e não tão logo a seguir viria Álvaro Dias (mas este não parece
ainda aceitar internamente que seria presidente e nem como agiria se o fosse).
Tem boa vontade honesta também o Guilherme Boulos, mas ainda não o vejo sabendo
trabalhar com o Brasil, devido a certa imaturidade e experiência aparente. Dos
outros, agora sem uma ordem específica, listo o que me transmitiram. Cabo
Daciolo é uma figura que fala alguns fatos que gostaríamos de ouvir (como Enéas
o fazia, guardadas, obviamente, gigantescas distinções entre ambos), mas que
descamba pro “delirantismo” aos finais das explanativas e que, obviamente está
ali fazendo um papel que sabe que não será o de presidente. Marina Silva
reitera o que fez sempre: falta-lhe coragem para assumir os riscos e se
restringe a um padrão que cristalizou de anos atrás. Seu carisma continua quase
zerado. Henrique Meirelles não sabe como debater, pois claramente entrou
convidado a presidenciável no “susto” e não parece querer realmente sê-lo (suas
ações e falas lembram uma múmia quase paralítica, para quem se lembra de Agildo
Ribeiro e seu quadro de humor como professor que trazia histórias e lendas).
Para mim, Meirelles deve ser um ótimo matemático e burocrata, apenas isso
(lembra-me os extraterrestres poético-burocráticos do livro/filme “O Mochileiro
das Galáxias” que matavam de tédio seus ouvintes com suas tentativas de leitura
de suas poesias sorumbaticamente burocráticas!). Alckmin é o padrão de sempre,
embora desta vez tenha parecido um pouco menos “raivoso” que das outras, mas
seu discurso é o das grandes obras e não o de auxílio direto aos menos
favorecidos, tal qual um médico da elite que opera os abastados em hospitais de
luxo e fala sobre o SUS sem nunca tê-lo experimentado. Haddad é outro que se
resguarda querendo ser presidente sem sê-lo (talvez porque ainda não tenha
aceitado internamente estar no lugar de Lula), e timidamente discursa lembrando
que foi prefeito da maior cidade de São Paulo, mas que ainda não se sente
pronto internamente para encarar um país (até mesmo pelas dificuldades que teve
em organizar a megalópole de São Paulo).
Eu, caros que gostam de criticar
a todos (e aos que não o fazem também), realmente poderia talvez dar meu voto
ao Ciro, pois se eu assim o fizesse (votar em alguém, finalmente), eu o
cobraria incessantemente, acompanhando suas ações e tentando averiguar sua
transparência no governo! Claro que eu
poderia fazer isso a qualquer um outro (acompanhar seus passos como presidente),
mas na listagem que fiz, eu estaria confortável em fazê-lo mais com ele (e
possivelmente com Boulos), sendo os outros aparentemente mais distantes de eu
alcançar, devido a fatores que intuo mas não quero desperdiçar mais tempo e
gasto mental aqui explanando). Porém, eu não posso votar! Alias, não posso nem
pisar na sala da urna, tendo que justificar minha ausência fazendo minha parte
conforme minha consciência político-social, pois se não confio no sistema
eleitoral eletrônico (de novo, acessem aqui < https://urnaeletronica.info/ > não é
uma fala de qualquer um, mas de especialistas gabaritados que avisam da
fragilidade das votações desde 2013 e que vêm testando as urnas desde então,
sempre sendo limitados pelo governo e TSE), e menos ainda no sistema da máquina
política com seus altos salários, imunidades, corrupção e cafajestagens, como
posso dar-lhes meu voto de confiança? Ah, sim, mas retomando, se nossas urnas
tivessem a contraparte do papel, talvez eu aceitasse votar desta vez (mas
retiraram a possibilidade da contraparte do papel mais uma vez). Eu realmente
não só cobraria o presidenciável caso vencesse, como lhe pediria que
retrabalhasse a Constituição buscando alterar todo o maldito sistema político,
a começar pelos salários deles e adicionais, e retirando a imunidade. Isto para
começar. Ah, sim, mas resta um problema: se Ciro (ou quem quer que eu votasse)
não leva em pauta essa questão, então talvez eu apenas depositasse meio voto a
ele...como seria isso? Não sei, talvez eu consiga responder se delirar tanto
quanto o atônito Cabo Daciolo!
Fonte da imagem: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/08/16/interna_politica,980795/capa-estado-de-minas-analogia-eleicoes-de-2018-corrida-maluca-viraliza.shtml |
Gazy Andraus, Campanha/MG.
01/10/2018
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