sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

“Dia Nacional do Fanzine e a importância de Rontani”

 

“Dia Nacional dos Zines” e “Dia Nacional do Fanzine e a importância de Rontani”

 

São 2 artigos que escrevi, respectivamente em 22/08/12 e 12/09/12 para o “ImplulsoHQ” em minha coluna, inaugurando a idéia do “Dia Nacional do Fanzine”.

Como o site não está mais ativo (foi substituído pela sua contraparte no facebook, mas sem os textos), estou resgatando os textos aqui com as imagens.

Vou inserir ambos os textos em sequência, conforme originalmente haviam sido publicados.

Eis o segundo:

Dia Nacional do Fanzine e a importância de Rontani

Como se aproxima a próxima Fanzinada no dia 15 de setembro, a ocorrer na HQMIX Livraria, tecerei um pouco mais sobre esse Dia Nacional do Fanzine que gostaria de relevar, já que no evento discorrerei também acerca dessa comemoração.

Em meu texto anterior publicado no ImpulsoHQ, recebi alguns comentários de apoio e outros questionando adequadamente o fato de “Ficção” de Edson Rontani ser ou não o primeiro zine brasileiro. Fui lembrado por um leitor, Quiof, que houve outro fanzine chamado Cobra, o qual pode ter saído antes, conforme palavras do comentarista:

sim, O Cobra é pouco citado, o próprio Causo diz que é difícil precisar se esses realmente foram os primeiros, fica a curiosidade de ambos seriam ligados a FC. o Ficção do Rontani é o mais conhecido mesmo, já li em várias publicações, talvez você poderia discutir com o próprio Causo, clicando aqui.

Assim, busquei mais informações sobre o tema, enviando mensagem ao Henrique Magalhães, pioneiro na pesquisa de zines no Brasil, e Edgard Guimarães, que edita o informativo fanzineiro QI, já tendo ultrapassado os 100 números. Guimarães me situou a questão da seguinte maneira:

Sobre o assunto do primeiro fanzine do Brasil, eu sempre acho difícil esse negócio de primeiro. Alguém imagina que antes de 1965, ninguém fez uma publicação amadora? Eu não conheço este outro primeiro fanzine descoberto pelo Roberto Causo. Será mesmo um fanzine? Ou, pelo que vi, um impresso lançado numa convenção? E qual o conteúdo? Você viu no último QI o depoimento sobre Edson Rontani. Ele fazia, bem antes de 1965, um jornal que não era impresso, era colocado dentro de mostruários espalhados pela cidade de Piracicaba. Isso era fanzine? Não era impresso mas era publicação, pois o público tinha acesso a ele.

Realmente no QI mais recente (no. 116, págs. 21 e 22 – vide imagens), na coluna “Memória do Fanzine Brasileiro”, um depoimento dado por Edson Rontani Jr., filho do piracicabano Edson Rontani, esclarece vários detalhes do pioneirismo e importância de seu pai ao fanzinato brasileiro, pois Rontani procurava um meio de difusão da cultura das histórias em quadrinhos no Brasil, e só muito depois veio a saber dos fanzines norte-americanos e europeus.

E ainda, bem antes desse seu fanzine, o piracicabano Rontani “fazia cartuns em cartolinas e colava-os em murais (todos emoldurados, sendo uma caixa de madeira com vidro na frente e com um cadeado), os quais eram espalhados pelas áreas movimentadas de Piracicaba.”. Seu fanzine “Ficção” foi distribuído pelo correio e em 1965 criou o Intercâmbio Ciência-Ficção “Alex Raymond”, obtendo apoio de Adolfo Aizen, dono da extinta EBAL, sem falar que o material que conseguia de matéria-prima a seu fanzine era oriundo de muita pesquisa e ineditismo, tendo como premissa publicar artigos pouco conhecidos da maioria.

Além disso, nesse mesmo depoimento, ressalta-se que tal iniciativa de Rontani foi influenciadora tendo repercutido até em publicações internacionais como na Academia de Letras da Suécia. Assim, continua Edgard respondendo-me que:

O “Ficção” tem importância por vários motivos, e o fato de ter sido o primeiro é o de menos. Foi, sem dúvida, o catalisador que fez surgir tantos outros fanzines, como se vê (ou verá) no depoimento de Aimar Aguiar no próximo QI. E trouxe um conteúdo que ainda hoje é imbatível. O primeiro número de “Ficção” trouxe uma relação de todas as publicações de quadrinhos do Brasil (até a data). Cheia de omissões, certamente, mas nunca mais ninguém fez algo como isso. Alguns tentaram, como a lista do Rudolf Piper que saiu no “Livro do Terror”, mas nada que chegasse perto. Então, a escolha de “Ficção” como “primeiro” fanzine é bastante apropriada.

Corroborando com isso, Magalhães traz resposta dessa forma:

Sim, recebi o informe sobre o dia nacional de fanzines, é uma boa ideia, que fortalece as publicações independentes. Tive contato com Roberto Causo para saber informações sobre o fanzine O Cobra e realmente ele é anterior em um mês ao Ficção. Escrevi algo a respeito, que pretendo publicar em um livro sobre fanzines, que ainda não concluí. O que acho é que podemos comemorar o 12 de outubro como o dia do fanzine nacional, numa referência ao Ficção, pois ele foi muito importante para a disseminação dos fanzines no país, ao contrário de O Cobra. Se houver alguma questão sobre isso, que se comemore o dia do fanzine nacional de quadrinhos, o que já tem também muita importância.

E eis que, obviamente tanto um como outro dos dois pioneiros (CoBra e Ficção) se mostram importantes. Mas a influência de Rontani, decididamente se fez maior, ainda que porventura “oficialmente” tenha sido lançada um mês depois que o fanzine Cobra Pelo que li do link disponibilizado por Quiof acerca do fanzine Cobra de Roberto Causo, possuidor de um interessante site de FC e terror literário autoral:  a convenção em que lançou seu zine ocorreu em setembro de 1965 e o Ficção de Rontani em outubro.

Rontani também participava de um intercâmbio de ciência e ficção e pode até ter conhecido essa convenção, quem sabe?

Os dados de “Ficção” e do pioneirismo de Edson Rontani estão registrados principalmente no livro seminal da pesquisa nacional de zines brasileiros “O que é fanzine” de Henrique Magalhães (livro da Ed. Brasiliense lançado em 1993, pg. 39). Assim, não se pode precisar se Rontani já não trabalhava antes no boletim Ficção (que era um fanzine), e igualmente, como quase não há tantos dados do fanzine, porém, a data escolhida se coloca apenas como uma justa homenagem e um incentivo aos zines brasileiros.

Na verdade, estas questões sempre trazem problemas: os norte-americanos vivem defendendo o ano de 1896 com Yellow Kid como primeira HQ do mundo, e antes disso no Brasil, em 1869 já havia as aventuras do personagem Nhô Quim de Ângelo Agostini…e antes ainda havia vários europeus que fizeram HQ, tanto na Alemanha, como Suíça e França…portanto, uma questão delicada essa de nomear um dia nacional aos zines.

Mas creio q vale a pena manter como homenagem a data de 12 de outubro, assim como me apoiaram Magalhães e Guimarães, e não apenas como o dia do fanzine de quadrinhos (o que seria mesmo uma boa idéia, já que como afirmei em meu texto anterior, foram os fanzines no Brasil que impulsionaram a arte da publicação dos quadrinhos, em geral), mas o Fanzine nacional mesmo.
Por ser dia 12 também, antes que os detratores me relembrem como sendo o dia das crianças, creio que possa ser mantida, pois meu texto anterior assevera essa questão da infância com a criatividade, sem menosprezá-la.

Enfim, até o dia 15 de setembro, quando na próxima Fanzinada estarei ratificando essa vontade de espalhar o Dia Nacional do Fanzine brasileiro a partir de 12 de outubro já desse ano!

Gazy AndrausnotíciasquadrinhosCobra,Fanzinada,fanzine,Henrique Magalhães,Quiof,rontaniComo se aproxima a próxima Fanzinada no dia 15 de setembro, a ocorrer na HQMIX Livraria, tecerei um pouco mais sobre esse Dia Nacional do Fanzine que gostaria de relevar, já que no evento discorrerei também acerca dessa comemoração. Em meu texto anterior publicado no ImpulsoHQ, recebi alguns comentários de...O Impulso HQ é um site e canal no YouTube dedicado à cultura geek e traz, diariamente, novidades sobre quadrinhos, cinema e games, além de conteúdo em vídeo. Somos nerds a serviço do seu entretenimento. Bem-vindo!

“Dia Nacional dos Zines”

 

“Dia Nacional dos Zines” e “Dia Nacional do Fanzine e a importância de Rontani”

São 2 artigos que escrevi, respectivamente em 22/08/12 e 12/09/12 para o “ImplulsoHQ” em minha coluna, inaugurando a idéia do “Dia Nacional do Fanzine”.

Como o site não está mais ativo (foi substituído pela sua contraparte no facebook, mas sem os textos), estou resgatando os textos aqui com as imagens.

Vou inserir ambos os textos em sequência, conforme originalmente haviam sido publicados.

Eis o primeiro (obs.: havia imagens neste meu texto, conforme se verificam apontamentos nele, mas no site, houve algum problema lá em que elas tambem não aparecem, à exceção desta primeira imagem que se segue):


Dia Nacional dos Zines

A importância dos fanzines para o Brasil: 12 de outubro – celebrando o dia nacional dos zines.

Na década de 1980 os fanzines no Brasil faziam as vezes das publicações lacunosas de HQ de autoria nacional. Foi nessa época que principiei a conhecer as tais publicações paratópicas (segundo Zavan), e já em meados da década oitentista, iniciei minha participação pelo zine Barata, que durou mais de 20 anos publicando quadrinhos, contos e poesias de uma maneira experimental e inovadora, editado por um grupo de universitários de comunicação da cidade de Santos e capitaneado por Flávio Calazans.

Foi meu ingresso nas HQ adultas e nas publicações, afinal! Um marco em minha vida que me levou a caminhos de descobertas e ampliações: na área das experimentações artísticas dos quadrinhos e nas dos fanzines e suas implicações respectivamente (tanto ao que tange o acadêmico como o artístico).

Aprofundando-me nesse métier fui percebendo o que deixou rastro na história do zine e da HQ nacional no Brasil, pois aqui os fanzines se estabeleceram muito pela aproximação das histórias em quadrinhos, ainda que no mundo inteiro essas revistas independentes paratópicas abordem temas diversos, sejam por meio de artigos e/ou artes como HQ, ilustrações, contos, poesias, contestações etc.

Henrique Magalhães, o pioneiro nessa pesquisa no Brasil, em seu livro “O que é Fanzine” pela editora Brasiliense elucidou que há diferenças de nomenclatura para classificá-las e distingui-las como fanzines (comportados de artigos) e como revistas independentes (comportadas de arte como as aqui mencionadas).

Porém, esse tipo incrível e criativo de revista paratópica mesmo foi criado em 1930 pelos fãs de ficção científica nos EUA como  boletins e o neologismo “Fanzine” veio uma década depois. Mas foi na cidade brasileira de Piracicaba no Estado de São Paulo, que se deu o expoente inicial dos fanzines com Edson Rontani, quando elaborou seu boletim Ficção (fig. 1), versando acerca de histórias em quadrinhos, com matérias sobre Alex Raymond, o criador de Flash Gordon.

Mas foi depois, numa das correspondências de leitores a Rontani, que o pioneiro tupiniquim veio a saber que estava fazendo um fanzine, termo que desconhecia, apesar dos zines já estarem circulando pelo mundo há mais de 30 anos (claro: a comunicação naquela época era limitada pois os computadores e redes virtuais de comunicação como a Internet ainda estavam sendo proto-planejadas). Assim, Edson Rontani, tendo tomado conhecimento do que fazia, seguiu criando seu segundo boletim simplesmente batizado como “Fanzine”.

Mas a elaboração de seu primogênito original “Ficção” se deu em 12 de outubro de 1965, data que, afinal, penso pode ser comemorada a partir desse ano de 2012 como o Dia Nacional do fanzine, a exemplo do dia 30 de janeiro, considerado o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos.

Esta minha idéia já fervilhava em minha mente e foi catapultada em artigo pretérito que escrevi para o livro FANZINES – Autoria, subjetividade e invenção de si (Fortaleza/CE: Editora UFC, 2010), quando a lancei numa nota de rodapé à página 33 do meu artigo escrito em dupla com Elydio dos Santos Neto “Dos zines aos biograficzines: compartilhar narrativas de vida e formação com imagens, criatividade e autoria”.

Por essa razão, decidi levar a público alertando os fanzineiros e organizadores da última edição da Fanzinada (fig. 2), ocorrida no dia 28 de abril de 2012 no Ateliê de Literatura e Criatividade em São Paulo/SP, fazendo uma rápida digressão apontando ao público presente que seria já o momento de impulsionar essa data comemorativa aos fanzines no Brasil!

A Fanzinada já é conhecida e começou agregando os fanzineiros graças à Thina Curtis (“Dona Fanzine”), tomando forma em 2011, promovendo a cultura do “faça-você-mesmo” não apenas na cidade de São Paulo, mas também em Goiânia e Porto Alegre, e pré-comemorando o dia internacional do fanzine (que em realidade se realiza no dia 29 de abril a partir de 2006).

Desde então a premissa do evento sempre tem sido trazer Fanzines, HQs, publicações independentes, documentários, mídias alternativas e muito mais desse universo paratópico, sendo que neste último houve a revenda do II Anuário de Fanzines produzido pela Ugrapress, e a exibição do segundo capítulo do documentário em vídeo Fanzineiros do Século Passado de Márcio Sno.

Foi então que repassei a situação ao público presente, de que se há o dia internacional do fanzine realizado no dia 29 de abril a partir de 2006 ainda que elaborado por um português e quase que totalmente desconhecido por outros países como a França (país que possui um grande local que abriga fanzines, chamado La Fanzinotheque), já era hora de incentivarmos o dia nacional do Fanzine, pois que este veículo extremamente criativo começa a ganhar mais espaço com eventos como esse da Fanzinada, bem como outros espalhados pelo país, e até inclusão em livros didáticos, como o “Língua Portuguesa” – 7º ano para a rede municipal de São Paulo, incentivando a criatividade dos estudantes na elaboração de fanzines.

É mister lembrar que eventos de fanzines vem ocorrendo há muitos anos como os já acontecidos em Araraquara (Araraquarazine), Jaboticabal, Itu, São Leopoldo com o evento “Subjetividades no Papel” (fig. 3) e outros internacionais que já existem há muitos anos, quer seja o Xornadas de Ourense na Espanha galega, com uma exposição internacional incluindo catálogo e que trazia em décadas passadas uma grande contribuição por parte dos fanzines brasileiros.

Há de se ressaltar ainda a importância da primeira fanzinoteca física brasileira, a Fanzinoteca Mutação criada por Law Tissot na cidade de Rio Grande (RS), que muito tem auxiliado na importância dos fanzines (fig. 4).

Assim, para estabelecer a data brasileira, nada mais óbvio que passarmos a realizar eventos também a cada ano no dia 12 de Outubro, pois conforme aqui esclareci, foi nesse dia do ano de 1965 que, graças a Edson Rontani, veio à baila o então boletim chamado por ele de Ficção, primeiro fanzine brasileiro sobre histórias em quadrinhos publicado, conforme asseverei. Há várias maneiras de se instituir um dia comemorativo, mas ressalto aqui que um “Projeto estabelece critério para instituição de datas comemorativas” já existe para conseguirmos levar a cabo a institucionalização futura dessa nova data comemorativa.

Atentemos então a este item: “Da deputada Sandra Rosado (PSB-RN), o projeto determina que datas comemorativas nacionais só possam ser instituídas se forem de alta significação para os diferentes segmentos profissionais, políticos, religiosos, culturais e étnicos que compõem a sociedade brasileira”; Nesse caso, os fanzines multitemáticos trabalham principalmente como laboratórios de experimentação criativa e educativa, e servem para segmentos profissionais, culturais e étnicos, pois unem as pessoas e os povos fraternalmente (pois não visam lucros), justificativa interessante como pontapé inicial de se realizar essa comemoração anual.

A data internacional (em termos) dos Fanzines pode até continuar sendo considerada, mas creio que na data comemorativa do dia 12 de outubro poder-se-ia realizar mais eventos culturais atinentes aos fanzines e fortalecer a importância deles no Brasil, até que algum dia futuramente possa ser oficializado esse dia (apesar de que, por ser em relação aos fanzines, não há muita necessidade atual de que se “oficialize” tal comemoração, pois os fanzineiros, fraternais e independentes como são, saberiam conduzir isso tranquilamente por conta própria, espargindo essa informação), pois as histórias em quadrinhos têm a força atual muito graças às possibilidades de publicação que ganharam espaço nos fanzines pretéritos de outrora, já que as editoras nacionais se esquivavam dos autores brasileiros. Com isso estaríamos também homenageando o impulso cultural que nos legou seu criador, Edson Rontani.

Além de sites e blogs que auxiliam nessa empreitada da divulgação desse Dia Nacional do Fanzine (como o Impulso HQ), uma nova Fanzinada ocorrerá no dia 15 de setembro na Livraria HQMIX, às 15h (endereço no link/), onde todos poderemos tornar a divulgar essa nova comemoração nacional que tentanmos implementar.

É assim que abrimos as portas a lançar aqui, afinal, a idéia de iniciarmos um movimento culminando na institucionalização cultural do “Dia Nacional do Fanzine”, a partir do dia 12 de outubro desse ano de 2012.  , ee que comecemos todos a redivulgar a demarcação dessa data comemorativa, coincidindo com o dia das crianças, simbolizando a ingenuidade, mas não só: a criatividade expansora dos magníficos e paratópicos multiformes e multitemáticos Fanzines, ou simplesmente zines!

Grande abraço fraternalmente zineiro .

Gazy AndrausnotíciasquadrinhosFanzinada,fanzines,Henrique Magalhães,ZinesA importância dos fanzines para o Brasil: 12 de outubro - celebrando o dia nacional dos zines. Na década de 1980 os fanzines no Brasil faziam as vezes das publicações lacunosas de HQ de autoria nacional. Foi nessa época que principiei a conhecer as tais publicações paratópicas (segundo Zavan),...O Impulso HQ é um site e canal no YouTube dedicado à cultura geek e traz, diariamente, novidades sobre quadrinhos, cinema e games, além de conteúdo em vídeo. Somos nerds a serviço do seu entretenimento. Bem-vindo!

Do site ImpulsoHQ - Prêmio IBAC: a HQ reconhecida

Eu fui colunista do site IBAC - Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (IBAC :: Artigos: História em Quadrinhos - ibacbr.com.br), pouco tempo depois de meu doutoramento (ocorrido em dezembro de 2006). A proposta do site era ótima, pois elencava várias colunas com articulistas a escreverem sobre seus temas, como arquitetura, artes plásticas, cinema, futebol brasileiro etc, e dentre estes, criaram pra mim a coluna de “História em Quadrinhos”. Passei a escrever vários artigos, e os redenominei de “História em Quadrinhos, Imaginário e Infância”, depois, “Adolescência” e então “Maturidade” e por aí se seguiram meus textos, dando um retrospecto de minha relação com HQs e afins, tanto nas pesquisas como na elaboração de tais artes. Quase como um retrospecto biográfico, em que o amigo querido Elydio dos Santos Neto (in memorian) cogitou que me seria interessante futuramente publicá-los como um livro. Meus textos foram de outubro de 2006 até janeiro de 2012. Depois, estabeleci algum contato com o site mas eles encerraram sua continuidade. Tanto que atualmente, tanto no “IBAC”, assim como no “Bigorna” e alguns de meus textos na versão do site antigo do “ImpulsoHQ” (substituído atualmente apenas pela sua contraparte do facebook), não são facilmente acessíveis na internet, sem que esta avise que tais sites “não são seguros” (mas insistindo-se, pode-se acessá-los, sim).

Sendo assim, quero transpor alguns de meus textos importantes destes sites para o meu blog “ClassicHQs” ou até o nog “Conscienciasesociedades” (ambos podem ser acessados por aqui: Tese e dissertação de Gazy Andraus (tesegazy.blogspot.com)).

Para começar, insiro aqui meu último texto publicado no IBAC (29/01/2012), pois que ele resenha como foi a premiação que o IBAC fomentou a algumas áreas artísticas do país. O evento se realizou na Aliança Francesa de São Paulo-SP, e teve importantes figuras como convidados, incluindo o futebolista Sócrates e o ator Milton Gonçalves. Houve 5 categorias, dentre as quais, contemplando Arquitetura, Cinema, Música e Artes Plásticas, e pela primeira vez outorgaram a premiação à categoria de Artes as Histórias em Quadrinhos!

Eu fui um dos que participaram de uma comissão curadora, e indiquei 4 nomes, dentre os quais, o do professor Waldomiro Vergueiro, que foi laureado com uma menção honrosa. Por fim, o ator Milton Gonçalves, em sua fala como cerimonialista, elogiou os quadrinhos e disse que era leitor delas em sua infância e juventude, tendo sido bem influenciado por tal arte.

A seguir, deixarei a reprodução da matéria feita por mim e inserida no site ImpulsoHQ, sobre o evento. O meu texto no site IBAC pode ser acessado aqui: IBAC :: Artigos :: Histria em Quadrinhos :: Gazy Andraus :: Prmio IBAC: Um Reconhecimento Artstico aos Quadrinhos (atravs do nome do Prof. Waldomiro Vergueiro)! (ibacbr.com.br) , mas os textos no site apresentam defeitos em algumas letras, aparecendo desta forma como veem, com pontos de interrogação no lugar de algumas letras, o que lhes dificultará a leitura, até mesmo caso queiram ler os outros textos meus e dos outros colunistas com outras temáticas).

Enfim, aqui faço um resgate importante do que foi o site IBAC, e principalmente da premiação e da honra recebida pelo Prof. Waldomiro Vergueiro, à época, resgatando tal fato histórico.

Prêmio IBAC: a HQ reconhecida

Por Gazy Andraus | 30 novembro de 2011







Um reconhecimento artístico aos quadrinhos através do nome do Prof. Waldomiro Vergueiro

Pela primeira vez o Prêmio IBAC Escola da Cidade edição 2011 que contempla Arquitetura, Cinema, Música e Artes Plásticas outorga na categoria de Artes as Histórias em Quadrinhos. Premiação ocorreu na quarta-feira, dia 23 de novembro, às 19h na Aliança Francesa do centro de São Paulo.

Uma honra muito grande e mais um reconhecimento da importância HQ, linguagem seminal, dentro do rol artístico. tanto o é, que eu fui convidado anos atrás a escrever uma coluna biográfica acerca das histórias em quadrinhos, o qual faço até hoje. Para conferir, clique aqui.

Para tal premiação houve uma comissão consultora, da qual também participei, e dos quatro nomes indicados a cada categoria, ficaram para a de artes plásticas a Editora Noovha America pela publicação das séries “Contando a Arte” (vencedora da categoria), Elvira Vernaschi e Sara Goldman-Beltz pelo livro “Exercícios da Emoção”, e Waldomiro Vergueiro pelos “muitos anos dedicados à pesquisa das histórias em Quadrinhos”.

Estes dois últimos receberam a menção honrosa e Waldomiro proferiu algumas palavras esclarecendo que só o fato de terem sido indicadas, as HQ agradecem o reconhecimento de tal importante premiação em prol à cultura brasileira (e mundial)!

O ator Milton Gonçalves que pela segunda vez é convidado de cerimônia da premiação, após a fala de Waldomiro ainda se sentiu impulsionado a dizer que as HQ tiveram suma importância em sua formação na infância e juventude, numa época em que a cabeça das pessoas era mais limpa, segundo sua fala, citando alguns clássicos dos quadrinhos do século passado, como Tereré e Príncipe Valente, o que também veio demonstrar a força e influência que as HQ tiveram na formação mental e cultural educativa na maioria dos brasileiros, não importando sua raça, credo e formação atual profissional!

É assim que esse importante evento vem somar outros que cada vez mais dialogam e trazem os valores importantes da Nona Arte, que demorou muito a ter tais talentos reconhecidos e agora começa a colher uma justa recompensa!

Parabéns a todos que trabalham os quadrinhos e também ao Professor Waldomiro Vergueiro cujo reconhecimento espelha os quadrinhos e todos que respeitam essa belíssima arte, como o ilustríssimo ator Milton Gonçalves!


Links originais do artigo acima: Impulso HQ – Prêmio IBAC: a HQ reconhecida (archive.org) (ou: http://impulsohq.com/cnsciencia_e_quadrinhos/premio-ibac-a-hq-reconhecida/ )