sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

RESENHA DE HOMO ETERNUS de G. Andraus

 

RESENHA DE HOMO ETERNUS – Volume II

por Larissa Dias (Analista na empresa Scientia Consultoria Científica e Psicoterapeuta e Orientadora Profissional na empresa Larissa Dias - https://www.facebook.com/profile.php?id=100009061540478)

 

A primeira história do volume II, “Sina” é muito o que acredito e uso no meu trabalho: a necessidade de enxergar as nossas amarras, as nossas limitações, aquilo que faz com que nós mesmo possamos nos ver presos a uma cruz que decidimos carregar. Muitas vezes podemos pensar que assumir as rédeas da nossa vida fará com que o peso da cruz aumente, quando na realidade, no momento em que o ser humano decide que deve ser o único responsável por aquilo que lhe acontece é quando o peso finalmente lhe sai dos ombros.

 



Na história a “Mãe” me veio um sentimento fraterno, uma ligação à Mãe-Terra, a primeira mãe da nossa existência. Que metáfora belíssima essa da transformação, da integração. Não sei se foi a intenção da história, mas me trouxe uma conexão muito grande do poder gerador do feminino (que existe nos homens também, assim como o poder fecundador do masculino também existe nas mulheres, em suas psiquês) capaz de fazer a vida acontecer de forma amorosa e por isso mesmo, poderosa, em doação completa.

 


Em “O Portal do Destino” a simbologia da busca eterna do motivo da nossa existência aparece de forma magnânima e me fez pensar em algo que acredito: realmente podemos compreender que em nós existe uma fagulha daquilo que podemos chamar de “Deus” ou do que mais quisermos. Mas nosso Ego não deve tentar ser ele, pois assim a busca acaba antes mesmo de começar. Porém, quando enxergarmos com a luz do sol da consciência a essência divina em nós, a vida será apenas um dos caminhos da nossa alma eterna.

 


A história “O Último Lance” foi a que mais gostei, porque achei a mais profunda. Que visão incrível do que representa nosso mundo, nossos processos e nossa capacidade de existir. Esse jogo interminável onde os velhos sábios não devem interferir, mas que de forma sutil acabam influenciando nossas ações humanas. De novo a necessidade de equilibrar o bem eu mal e então me lembrei de um episódio interessante enquanto lia Nietzsche “Além do Bem e do Mal”: estava na metade do livro e em um assalto perdi o livro junto com a minha bolsa e então pensei: que pelo menos o ladrão poderia pegar o livro e daí compreender algo da sua própria ação. Mas daí vi que eu também havia compreendido algo ali com aquela experiência, muito mais do que se tivesse acabado de ler o livro. Talvez essa seja a verdadeira ação da Serpente e do Cristo nas nossas vidas.

 


Em “Ad Infinitum” enxerguei um “áxis-mundi” um portal que liga a terra ao céu, mas que pra mim sempre foi um mecanismo de processos cíclicos. E como é perfeito esse movimento!

 


A ilustração da página 35 é AVASSALADORA!!!!!! Fiquei perdida nela por um bom tempo. Que ser maravilhoso, tive que fotografar e mandar para um amigo. Achei tão sereno, tão completo em si mesmo, cheio de uma força, uma energia vital inesgotável! Se me perguntarem, essa foi a que mais gostei, tem muitos conceitos nela, como nas pinturas hindus, onde passo longos períodos lendo-as e que sempre volto nelas e vejo algo que não vi!

 


Em “O Sorriso do Homem que Chora” fiquei pensando em uma característica que tenho: o meu nome Larissa quer dizer “cheia de alegria” e uma das características que saem sem fazer força nas minhas danças (algo que faço sem nenhuma obrigação) é o sorriso. Eu creio que tem a ver com algo que capto do universo e que acaba sendo meu por uns instantes e achei tão bonita essa imagem de completude de um sorriso, o universo como testemunha da alegria.

 


A história “O Ciclo da Natureza” me trouxe uma sensação da sabedoria do infinito. Processos da cadeia alimentar do mundo e até mesmo a destruição que existe na natureza, tão sábia e ao mesmo tempo tão cruel à nossa minúscula cabeça pensante de ser humano, que é incapaz de compreender o grande Mistério! Talvez esse seja nosso papel aqui: acreditar que somos os mais inteligentes por crermos ser os mais complexos, quando na verdade a nossa lição é aprender que a sabedoria da simplicidade é a meta maior da perfeição.

 


(em breve a 3ª e última parte destas resenhas)

 

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