RESENHA DE HOMO ETERNUS – Volume II
por Larissa Dias (Analista na empresa Scientia
Consultoria Científica e Psicoterapeuta e Orientadora Profissional na empresa
Larissa Dias - https://www.facebook.com/profile.php?id=100009061540478)
A primeira história do volume II, “Sina” é muito o que
acredito e uso no meu trabalho: a necessidade de enxergar as nossas amarras, as
nossas limitações, aquilo que faz com que nós mesmo possamos nos ver presos a
uma cruz que decidimos carregar. Muitas vezes podemos pensar que assumir as
rédeas da nossa vida fará com que o peso da cruz aumente, quando na realidade,
no momento em que o ser humano decide que deve ser o único responsável por
aquilo que lhe acontece é quando o peso finalmente lhe sai dos ombros.
Na história a “Mãe” me veio um sentimento fraterno, uma
ligação à Mãe-Terra, a primeira mãe da nossa existência. Que metáfora belíssima
essa da transformação, da integração. Não sei se foi a intenção da história,
mas me trouxe uma conexão muito grande do poder gerador do feminino (que existe
nos homens também, assim como o poder fecundador do masculino também existe nas
mulheres, em suas psiquês) capaz de fazer a vida acontecer de forma amorosa e
por isso mesmo, poderosa, em doação completa.
Em “O Portal do Destino” a simbologia da busca eterna do
motivo da nossa existência aparece de forma magnânima e me fez pensar em algo
que acredito: realmente podemos compreender que em nós existe uma fagulha
daquilo que podemos chamar de “Deus” ou do que mais quisermos. Mas nosso Ego
não deve tentar ser ele, pois assim a busca acaba antes mesmo de começar.
Porém, quando enxergarmos com a luz do sol da consciência a essência divina em
nós, a vida será apenas um dos caminhos da nossa alma eterna.
A história “O Último Lance” foi a que mais gostei, porque
achei a mais profunda. Que visão incrível do que representa nosso mundo, nossos
processos e nossa capacidade de existir. Esse jogo interminável onde os velhos
sábios não devem interferir, mas que de forma sutil acabam influenciando nossas
ações humanas. De novo a necessidade de equilibrar o bem eu mal e então me
lembrei de um episódio interessante enquanto lia Nietzsche “Além do Bem e do
Mal”: estava na metade do livro e em um assalto perdi o livro junto com a minha
bolsa e então pensei: que pelo menos o ladrão poderia pegar o livro e daí
compreender algo da sua própria ação. Mas daí vi que eu também havia
compreendido algo ali com aquela experiência, muito mais do que se tivesse
acabado de ler o livro. Talvez essa seja a verdadeira ação da Serpente e do
Cristo nas nossas vidas.
Em “Ad Infinitum” enxerguei um “áxis-mundi” um portal que
liga a terra ao céu, mas que pra mim sempre foi um mecanismo de processos
cíclicos. E como é perfeito esse movimento!
A ilustração da página 35 é AVASSALADORA!!!!!! Fiquei
perdida nela por um bom tempo. Que ser maravilhoso, tive que fotografar e
mandar para um amigo. Achei tão sereno, tão completo em si mesmo, cheio de uma
força, uma energia vital inesgotável! Se me perguntarem, essa foi a que mais
gostei, tem muitos conceitos nela, como nas pinturas hindus, onde passo longos
períodos lendo-as e que sempre volto nelas e vejo algo que não vi!
Em “O Sorriso do Homem que Chora” fiquei pensando em uma
característica que tenho: o meu nome Larissa quer dizer “cheia de alegria” e
uma das características que saem sem fazer força nas minhas danças (algo que
faço sem nenhuma obrigação) é o sorriso. Eu creio que tem a ver com algo que
capto do universo e que acaba sendo meu por uns instantes e achei tão bonita
essa imagem de completude de um sorriso, o universo como testemunha da alegria.
A história “O Ciclo da Natureza” me trouxe uma sensação da
sabedoria do infinito. Processos da cadeia alimentar do mundo e até mesmo a
destruição que existe na natureza, tão sábia e ao mesmo tempo tão cruel à nossa
minúscula cabeça pensante de ser humano, que é incapaz de compreender o grande
Mistério! Talvez esse seja nosso papel aqui: acreditar que somos os mais
inteligentes por crermos ser os mais complexos, quando na verdade a nossa lição
é aprender que a sabedoria da simplicidade é a meta maior da perfeição.
(em breve a 3ª e última parte destas resenhas)
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