RESENHA DE HOMO ETERNUS – Volume III
por Larissa Dias (Analista na empresa Scientia
Consultoria Científica e Psicoterapeuta e Orientadora Profissional na empresa
Larissa Dias - https://www.facebook.com/profile.php?id=100009061540478)
No volume III, “O Esvanecimento” traz a imagem linda da
transformação deste homem, rumo ao eterno! A consciência da nossa ferida
realmente faz com que possamos não apenas curar a nós, mas consequentemente
curar a muitos. Talvez essa obra toda seja isso: perceber como o ser humano
pode ser mais do que é e fazer com que outros possam se questionar sobre os
limites do seu pensamento e sobre a sua própria filosofia de vida.
Na história “Surge e Desce” senti essa necessidade de viver
aquilo que se apresenta à sua frente. Como creio que não é por acaso que essa
obra ou qualquer outra chegue às minhas mãos: ali sempre haverá uma lição a ser
aprendida e a ser repassada, como uma gota que executa o efeito gradiente em um
lago calmo.
Em “Eu e Ele” a afirmação do Livro do Mortos já acalentou
meu coração, porque acredito que todo o trabalho que os egípcios tinham para
decorar o livro já os fazia evoluir para onde precisariam. Na história, esse
embate, a luta contra si mesmo que leva ao triste empate, mas que o faz ouvir
essa voz desse espírito delicado que traz a mensagem de evolução para ambos, é
uma necessidade. E em um natural processo evolutivo, a compreensão e a união
fazem parte de um resultado ideal, mas que sem luta talvez não ocorresse. E
diante disto, podem ir rumo ao infinito e à tão esperada vida eterna!
Na “Quadratura” gostei muito desse processo do 4, que Jung
traz tão sabiamente em sua teoria, como na dos tipos psicológicos: a junção do
percentual que temos dos 4 tipos é o que nos faz completos! E o dois se torna 4
para integrar-se ao todo, ao Tudo.
Na história do “O Fim do Fio” vi uma genialidade na beleza
das imagens e na forma como elas continuam nas páginas seguintes, mostrando o
fio da vida e nosso caminhar por ele, nossos processos e o fato de parecer
sempre estarmos “por um fio”, embora muitas vezes a gente esqueça disso. Talvez
somente nos lembrando da morte é que consigamos viver plenamente, e como diria
Gurdjieff: precisamos sempre na nossa vida nos lembrar de que vamos morrer e
isso é preciso nunca esquecer!
E a última história, “Faces” traz a exclusão daquilo que é
diferente, que a todos deve parecer errado, quando na verdade é apenas uma
outra forma de ver as coisas, muitas vezes uma que estamos precisando. Isso
ocorreu com deuses antigos que viraram demônios e ocorre com pessoas reais que,
transformadas nesses mesmos demônios, são marginalizadas e expulsas de algum
“paraíso”. Bem, se o diferente precisa ser expulso da ordem social, talvez
muitos de nós devamos almejar sua própria expulsão, porque não há liberdade
maior do que não ter nada a perder. Assim, pode-se realizar sua missão sem
arrependimentos e sem amarras. Então, vamos colher as flores da nossa
liberdade!
Sem comentários:
Enviar um comentário