terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Supermercado extra e as gôndolas de promoção (sem promoção)

Alguns gerentes de supermercados no Brasil ainda não se deram conta do Código de Defesa do Consumidor, principalmente com a questão de manter os preços nos produtos. Ontem, 05/01/2015, próximo das 16:00 estive num supermercado da rede Extra, próximo à praia do Gonzaguinha em São Vicente/SP, e na prateleira de Produtos em Promoção (porque estavam com sua data próxima ao vencimento), metade deles estava sem os preços. As etiquetas com códigos “zebradas” (as que são coladas em cima da original quando em desconto) ou não eram legíveis, pois semi-rasgadas ou davam como produtos não cadastrados. E havia produtos sem etiquetas zebradas que davam preços normais nas máquinas leitoras de preço, como constatei. Chamei um funcionário e ele me disse que os produtos não cadastrados não entraram em oferta ainda, devido ao sistema, e só entrariam no próximo dia. Com relação aos com etiquetas semi-rasgadas ele esclareceu que estavam assim pelo próprio modus operandi do supermercado: eles tinham passado seu prazo inicial de desconto e teriam que ser reetiquetados novamente no dia seguinte também, provavelmente. Então retruquei como poderia saber os preços com desconto já que havia essas obstruções, ao que o funcionário me respondeu que eu teria que pagar o preço atual sem o desconto dos que estavam sem as etiquetas zebradas ainda, ou então os de etiquetas semi-rasgadas (ou voltar no dia seguinte). Eu disse-lhe que isso estava errado, pois todos os produtos estavam mesmo com as datas muito próximas do vencimento, e ainda por cima na prateleira com o cartaz bem grande e visível acima (como lhe apontei) ostentando as palavras “Preços reduzidos – consumo imediato” (vide foto). 
Foto tirada no supermercado, um dia depois.

Lembrando que alguns outros produtos estavam com etiquetas zebradas corretas e com seus respectivos descontos etiquetados nas gôndolas da prateleira. Detalhe: anteriormente, num outro supermercado Extra, mas em Guarulhos/SP, havia uma prateleira com os dizeres: “Produtos com 50% descontos, pois próximos do vencimento” e uma parte deles estava com preço que não atingia nem 40%, enquanto outros estavam com a metade real do valor. Na época expliquei-lhes que segundo o CDC teriam que me vender todos os que eu quisesse ali naquela prateleira com datas próximas e zebradas à metade dos preços e não aqueles cujos preços estivessem com menos de 50% de desconto,  como ali estavam etiquetados. Responderam-me que o modus operandi no sistema fazia com que os preços tivessem 50% de desconto no dia colocado, mas que os produtos sem desconto mudavam de preços em outros dias dependendo se estavam ou não em promoção, e isso incidia que os mesmos produtos da linha com data próxima ao vencimento não seguiam esta variação diária ou semanal, mantendo seus preços de desconto de 50% desde o dia inicial (o que modificava seu percentual de desconto, se os mesmos produtos que não estivessem com  seu prazo de vencimento entrassem em promoção). Mesmo assim, exigi o que estava escrito (desconto de 50%) e aconselhei-os a, se quisessem fazer algo correto, que retirassem o denominador “50%” e apenas mantivessem descontos promocionais. A partir dali, foi o que fizeram, pois pude constatar isso quando voltei lá dias depois. Assim, pelo menos, estariam dentro da lei. Voltando ao caso do Extra do litoral, reiterei que estariam fora da lei, desrespeitando o CDC, primeiro por parte dos produtos estar sem preços na gôndola, e segundo, se estão na gôndola de preços promocionais, não podem ser vendidos ao preço normal. Se assim o quisessem, que retirassem os produtos dali e os colocassem na gôndola dos que não estão em promoção, até o dia que liberassem os descontos. Responderam-me que não podiam fazer isso para não misturarem com os que estariam longe da data de vencimento. Continuei dizendo-lhes que, então, não colocassem os produtos na gôndola de promoção, e os estocassem então dentro da loja em áreas não comerciáveis para o público, até que os preços estivessem liberados com a promoção. Retrucaram que não havia lugar na estocagem. Enfim, insisti que, em sendo assim, voltamos à etapa inicial: que devem ser vendidos já pelo preço promocional, pois atraem os clientes e os induzem a levá-los, já que na gôndola há o chamariz “preços reduzidos” e se não se aplicam os descontos, há ludibrio nisso, e incidência na desobediência do Código de Defesa do Consumidor (vide este link para mais esclarecimentos e as leis: http://portaldoconsumidor.wordpress.com/2011/05/17/quanto-custa-qual-e-o-preco/). Dessa forma, para minimizar as questões, o funcionário aceitou me vender 3 produtos distintos que escolhi, cujas datas estavam bem próximas do vencimento, a um preço bem reduzido (que chegou a uns 60% ou mais de desconto). Dessa maneira, agradeci-o e elogiei sua conduta no caso, mas reforcei que ele levasse a seu gerente minha insatisfação e críticas como cliente, reportando que o supermercado solucione essa questão, pois que fere o CDC. Ele prometeu-me assim fazer.
Outra crítica: o funcionário solícito encaminhou-se comigo ao setor de clientes para explicar às funcionárias os descontos e tudo correu bem, porém, bem antes deste funcionário vir a ter comigo, e buscando algum encarregado do Extra para tirar-me as dúvidas inicias conquanto aos preços promocionais, encontrei um promotor da Unilever, mas que não pôde me ajudar nos preços, já que ele era terceirizado e não um funcionário do Extra, o qual me aconselhou a ir conversar com o setor de clientes na entrada da loja. Pois me encaminhei ao setor, e lá repassei minhas questões a duas funcionárias: que eu queria saber os preços de alguns produtos que estavam na gôndola de promoções sem os respectivos preços afixados. Elas se entreolharam durante longos segundos e depois, com uma certa má vontade (que me espantou), chamaram uma terceira funcionária para me acompanhar (esta também, ou não estava com vontade de fazê-lo, ou não saberia como proceder com relação aos preços). Isso tudo me passou uma extrema má vontade e falta de sensibilidade com relação das funcionárias para com o cliente (no caso, eu), e mais ainda com expressões de desdém e até de descrédito pelo que eu falei a elas. Pareceu-me mesmo que elas duvidavam do que eu expliquei acerca de falta de preços nas gôndolas e com descontos, ou que não queiram se esforçar para resolver esse problema. A seguir, a funcionária chamou o encarregado do setor, o qual foi o que me atendeu bem melhor. Sinceramente, se o Extra treina assim seus funcionários, está se mostrando um péssimo mercado (excetuando-se o funcionário que me explicou como funcionava o modus operandi e me concedeu os descontos, que me atendera prontamente).
Será por isso que nesse dia constatei que o Extra era, de 4 supermercados que visitei, o que estava mais vazio, enquanto que dos outros eu me abstive de efetuar compras pois estavam lotados? Ficam aqui minhas críticas, observações e deliberações, tanto para o Reclameaqui, que repasse ao Extra, como para a população, já que eu compartilho esse meu tópico no facebook ao público em geral.


Prof. Dr. Gazy Andraus, 06/01/15

4 comentários:

  1. Resposta do Extra pelo Reclameaqui: Olá, Gasy

    Agradecemos a sinalização e a oportunidade de prestar o devido atendimento.
    Lamentamos o transtorno ocorrido em sua visita às lojas, o fato apontado, não corresponde aos padrões de atendimento que o Grupo Pão de Açúcar oferece aos seus clientes.
    Em atenção ao seu contato informamos que assim que tomamos conhecimento de sua reclamação, acionamos as gerências das lojas em questão para verificação e providências de melhorias.

    Atenciosamente,
    Ailson Martins
    Casa do Cliente- Extra

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. http://www.reclameaqui.com.br/11366537/extra-lojas-fisicas/supermercado-extra-e-as-gondolas-de-promocao-sem-promocao/

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  2. Minha contra-resposta: Sim. Mesmo antes de o Extra me responder aqui via Reclameaqui, eu estive no supermercado Extra novamente e fui muito bem atendido pelo gerente de lá, Gerson Santos (se não me engano), que me atendeu rápida e cordialmente e aceitou me acompanhar até as prateleiras. Concordou comigo acerca dos preços terem que estar já na prateleira, e me explicou a falha e dificuldade que estavam tendo em reetiquetar o preço do cereal. Chamou uma funcionária e alertou-a que os leites e alguns outros produtos deveriam ser retirados de volta ao estoque até o dia que o preço reduzido finalmente fosse inserido e ofereceu vender-me quantos eu quisesse por um valor de R$1,75 (o leite ainda estava com o a R$2,29, acusado no leitor de preços). E assim foi: encaminhei-me para pagar o leite, e na saída tornei a cumprimentar o gerente, pois que entendeu a visão do cliente e a importância de se respeitar o CDC. Ele me disse que os funcionários não percebiam que é um erro deixar produtos sem preços nas gôndolas e que iria ter com eles para que isso não ocorresse novamente. Ao sair e despedir-me do gerente, tornei a avisá-lo que retirasse os produtos e verificasse também outros na prateleira dos alimentos refrigerados que igualmente havia alguns sem preços. Ele, solícito, prometeu-me que lidaria com todas essas questões, e acredito que sim, devido a seu pronto e correto atendimento. Sem mais, agradeço ao Reclameaqui, ao gerente e agora à resposta do Extra, esperando que tais soluções reverberem pelos supermercados da Rede no Brasil inteiro. Darei nota abaixo pelo atendimento do gerente, em especial (e não à resposta dada aqui pelo Extra, pois o Extra, creio, deveria verificar preços de produtos em promoção que me interessam, telefonando-me e arguindo comigo quais produtos me interessavam e me por em contato com o Extra de São Vicente para que eu pudesse adquiri-los a um preço reduzido. Mas isso, o gerente de lá já o fez.

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