Alguns
gerentes de supermercados no Brasil ainda não se deram conta do Código de
Defesa do Consumidor, principalmente com a questão de manter os preços nos
produtos. Ontem, 05/01/2015, próximo das 16:00 estive num supermercado da rede
Extra, próximo à praia do Gonzaguinha em São Vicente/SP, e na prateleira de
Produtos em Promoção (porque estavam com sua data próxima ao vencimento),
metade deles estava sem os preços. As etiquetas com códigos “zebradas” (as que
são coladas em cima da original quando em desconto) ou não eram legíveis, pois
semi-rasgadas ou davam como produtos não cadastrados. E havia produtos sem
etiquetas zebradas que davam preços normais nas máquinas leitoras de preço,
como constatei. Chamei um funcionário e ele me disse que os produtos não
cadastrados não entraram em oferta ainda, devido ao sistema, e só entrariam no
próximo dia. Com relação aos com etiquetas semi-rasgadas ele esclareceu que
estavam assim pelo próprio modus operandi
do supermercado: eles tinham passado seu prazo inicial de desconto e teriam que
ser reetiquetados novamente no dia seguinte também, provavelmente. Então
retruquei como poderia saber os preços com desconto já que havia essas
obstruções, ao que o funcionário me respondeu que eu teria que pagar o preço
atual sem o desconto dos que estavam sem as etiquetas zebradas ainda, ou então
os de etiquetas semi-rasgadas (ou voltar no dia seguinte). Eu disse-lhe que
isso estava errado, pois todos os produtos estavam mesmo com as datas muito
próximas do vencimento, e ainda por cima na prateleira com o cartaz bem grande
e visível acima (como lhe apontei) ostentando as palavras “Preços reduzidos –
consumo imediato” (vide foto).
Foto tirada no supermercado, um dia depois. |
Lembrando que alguns outros produtos estavam com etiquetas zebradas corretas e
com seus respectivos descontos etiquetados nas gôndolas da prateleira. Detalhe:
anteriormente, num outro supermercado Extra, mas em Guarulhos/SP, havia uma
prateleira com os dizeres: “Produtos com 50% descontos, pois próximos do
vencimento” e uma parte deles estava com preço que não atingia nem 40%,
enquanto outros estavam com a metade real do valor. Na época expliquei-lhes que
segundo o CDC teriam que me vender todos os que eu quisesse ali naquela
prateleira com datas próximas e zebradas à metade dos preços e não aqueles
cujos preços estivessem com menos de 50% de desconto, como ali estavam etiquetados. Responderam-me
que o modus operandi no sistema fazia
com que os preços tivessem 50% de desconto no dia colocado, mas que os produtos
sem desconto mudavam de preços em outros dias dependendo se estavam ou não em
promoção, e isso incidia que os mesmos produtos da linha com data próxima ao
vencimento não seguiam esta variação diária ou semanal, mantendo seus preços de
desconto de 50% desde o dia inicial (o que modificava seu percentual de
desconto, se os mesmos produtos que não estivessem com seu prazo de vencimento entrassem em
promoção). Mesmo assim, exigi o que estava escrito (desconto de 50%) e
aconselhei-os a, se quisessem fazer algo correto, que retirassem o denominador
“50%” e apenas mantivessem descontos promocionais. A partir dali, foi o que
fizeram, pois pude constatar isso quando voltei lá dias depois. Assim, pelo
menos, estariam dentro da lei. Voltando ao caso do Extra do litoral, reiterei
que estariam fora da lei, desrespeitando o CDC, primeiro por parte dos produtos
estar sem preços na gôndola, e segundo, se estão na gôndola de preços
promocionais, não podem ser vendidos ao preço normal. Se assim o quisessem, que
retirassem os produtos dali e os colocassem na gôndola dos que não estão em
promoção, até o dia que liberassem os descontos. Responderam-me que não podiam
fazer isso para não misturarem com os que estariam longe da data de vencimento.
Continuei dizendo-lhes que, então, não colocassem os produtos na gôndola de
promoção, e os estocassem então dentro da loja em áreas não comerciáveis para o
público, até que os preços estivessem liberados com a promoção. Retrucaram que
não havia lugar na estocagem. Enfim, insisti que, em sendo assim, voltamos à
etapa inicial: que devem ser vendidos já pelo preço promocional, pois atraem os
clientes e os induzem a levá-los, já que na gôndola há o chamariz “preços reduzidos”
e se não se aplicam os descontos, há ludibrio nisso, e incidência na
desobediência do Código de Defesa do Consumidor (vide este link para mais
esclarecimentos e as leis: http://portaldoconsumidor.wordpress.com/2011/05/17/quanto-custa-qual-e-o-preco/).
Dessa forma, para minimizar as questões, o funcionário aceitou me vender 3
produtos distintos que escolhi, cujas datas estavam bem próximas do vencimento,
a um preço bem reduzido (que chegou a uns 60% ou mais de desconto). Dessa
maneira, agradeci-o e elogiei sua conduta no caso, mas reforcei que ele levasse
a seu gerente minha insatisfação e críticas como cliente, reportando que o
supermercado solucione essa questão, pois que fere o CDC. Ele prometeu-me assim
fazer.
Outra
crítica: o funcionário solícito encaminhou-se comigo ao setor de clientes para
explicar às funcionárias os descontos e tudo correu bem, porém, bem antes deste
funcionário vir a ter comigo, e buscando algum encarregado do Extra para
tirar-me as dúvidas inicias conquanto aos preços promocionais, encontrei um
promotor da Unilever, mas que não pôde me ajudar nos preços, já que ele era
terceirizado e não um funcionário do Extra, o qual me aconselhou a ir conversar
com o setor de clientes na entrada da loja. Pois me encaminhei ao setor, e lá
repassei minhas questões a duas funcionárias: que eu queria saber os preços de
alguns produtos que estavam na gôndola de promoções sem os respectivos preços
afixados. Elas se entreolharam durante longos segundos e depois, com uma certa
má vontade (que me espantou), chamaram uma terceira funcionária para me
acompanhar (esta também, ou não estava com vontade de fazê-lo, ou não saberia
como proceder com relação aos preços). Isso tudo me passou uma extrema má
vontade e falta de sensibilidade com relação das funcionárias para com o
cliente (no caso, eu), e mais ainda com expressões de desdém e até de
descrédito pelo que eu falei a elas. Pareceu-me mesmo que elas duvidavam do que
eu expliquei acerca de falta de preços nas gôndolas e com descontos, ou que não
queiram se esforçar para resolver esse problema. A seguir, a funcionária chamou
o encarregado do setor, o qual foi o que me atendeu bem melhor. Sinceramente,
se o Extra treina assim seus funcionários, está se mostrando um péssimo mercado
(excetuando-se o funcionário que me explicou como funcionava o modus operandi e me concedeu os
descontos, que me atendera prontamente).
Será
por isso que nesse dia constatei que o Extra era, de 4 supermercados que
visitei, o que estava mais vazio, enquanto que dos outros eu me abstive de
efetuar compras pois estavam lotados? Ficam aqui minhas críticas, observações e
deliberações, tanto para o Reclameaqui, que repasse ao Extra, como para a
população, já que eu compartilho esse meu tópico no facebook ao público em
geral.
Prof.
Dr. Gazy Andraus, 06/01/15
Resposta do Extra pelo Reclameaqui: Olá, Gasy
ResponderEliminarAgradecemos a sinalização e a oportunidade de prestar o devido atendimento.
Lamentamos o transtorno ocorrido em sua visita às lojas, o fato apontado, não corresponde aos padrões de atendimento que o Grupo Pão de Açúcar oferece aos seus clientes.
Em atenção ao seu contato informamos que assim que tomamos conhecimento de sua reclamação, acionamos as gerências das lojas em questão para verificação e providências de melhorias.
Atenciosamente,
Ailson Martins
Casa do Cliente- Extra
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Eliminarhttp://www.reclameaqui.com.br/11366537/extra-lojas-fisicas/supermercado-extra-e-as-gondolas-de-promocao-sem-promocao/
EliminarMinha contra-resposta: Sim. Mesmo antes de o Extra me responder aqui via Reclameaqui, eu estive no supermercado Extra novamente e fui muito bem atendido pelo gerente de lá, Gerson Santos (se não me engano), que me atendeu rápida e cordialmente e aceitou me acompanhar até as prateleiras. Concordou comigo acerca dos preços terem que estar já na prateleira, e me explicou a falha e dificuldade que estavam tendo em reetiquetar o preço do cereal. Chamou uma funcionária e alertou-a que os leites e alguns outros produtos deveriam ser retirados de volta ao estoque até o dia que o preço reduzido finalmente fosse inserido e ofereceu vender-me quantos eu quisesse por um valor de R$1,75 (o leite ainda estava com o a R$2,29, acusado no leitor de preços). E assim foi: encaminhei-me para pagar o leite, e na saída tornei a cumprimentar o gerente, pois que entendeu a visão do cliente e a importância de se respeitar o CDC. Ele me disse que os funcionários não percebiam que é um erro deixar produtos sem preços nas gôndolas e que iria ter com eles para que isso não ocorresse novamente. Ao sair e despedir-me do gerente, tornei a avisá-lo que retirasse os produtos e verificasse também outros na prateleira dos alimentos refrigerados que igualmente havia alguns sem preços. Ele, solícito, prometeu-me que lidaria com todas essas questões, e acredito que sim, devido a seu pronto e correto atendimento. Sem mais, agradeço ao Reclameaqui, ao gerente e agora à resposta do Extra, esperando que tais soluções reverberem pelos supermercados da Rede no Brasil inteiro. Darei nota abaixo pelo atendimento do gerente, em especial (e não à resposta dada aqui pelo Extra, pois o Extra, creio, deveria verificar preços de produtos em promoção que me interessam, telefonando-me e arguindo comigo quais produtos me interessavam e me por em contato com o Extra de São Vicente para que eu pudesse adquiri-los a um preço reduzido. Mas isso, o gerente de lá já o fez.
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