O Brasil está progredindo (só não sei pra onde). A população já foi muito mais pobre na década de 1970. Mas hoje em dia o governo alardeia que a classe média agora tem mais gente que, bem antes, situar-se-ia na classe baixa: para o governo, o valor de R$ 291, 00 reais de ganhos já definiriam uma pessoa de classe média (http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2012/06/com-renda-de-classe-media-trabalhador-diz-que-so-faz-o-basico.html). É claro que isso parece ser uma aberração, embora o texto no link explique que dependendo do Estado em que se vive há uma relativização dos ganhos e gastos...mas convenhamos que esse valor é uma forçada de barra governamental. À altura das aberrações que ele quer nos empurrar, em geral. Esse meu texto é para começar a decupar uma série de disparates que temos em nosso país, muito devido à baixa instrução de nossa população, agora mais ainda enquadrada como “classe média” em sua maioria (sic!).
O primeiro dos disparates que não
engulo é o que nossas empresas vêm fazendo de anos para cá, com a tal da “maquiagem”
de produtos (eu chamaria de outra coisa mesmo, tal como ludibrio). Um dos
primeiros produtos que me lembro foi o papel higiênico, que de 40 metros por
rolo, transformaram em 30, capando-o e mantendo o preço. Depois vieram na
esteira outros produtos, e atualmente a alimentação industrial tem sido
acometida deste surrupio de gramas, mas mantendo os preços (senão, aumentando-os
de valor, vez ou outra, como tem acontecido com o enganador chocolate-biscoito
Bis). Eu me lembro que quando eu era mais novo e tinha cabelo no topo de minha
cabeça, esse Bis custava o equivalente a 1 real, e tinha 200grs. na caixinha de
20 unidades. Depois ele foi sendo des-pesado (e por mim, desprezado),
descendo para 180, 160 e agora está nos seus 140 grs. Isso é bom para quem não
quer exagerar na alimentação exagerada dele, evitando engordar demais, pois tem
gordura hidrogenada e muito açúcar, como a maioria de nossa alimentação
industrial (assim como sódio em excesso em outros, como refrigerantes). Aliás,
a questão do açúcar será tema de outro texto meu futuro. Mas voltando ao
exemplo, a Lacta foi retirando os gramas e aumentando o preço...e o Bis, tal
qual os chinelos Havaianas que na minha infância eram artigos populares baratíssimos,
se tornaram cada vez mais “clássicos” (hipervalorizados) tendo agora variações
de sabores. Mas o preço, esse sim, aumentou descomunalmente, atingindo
patamares de até mais de 3 reais a caixa. Talvez a desculpa das empresas, ao
retirarem parte do peso, seja o de evitar ao máximo a tal da inflação, que
sempre galopa um pouco aqui e acolá (mas não tanto quanto já o foi atingindo o
nível descabido dos 80% em meados da década de 1980, e isso ao mês!).
Porém, o governo, que deveria
conter esses abusos das empresas, a única coisa que exige delas quando retiram
peso – vejam só! – é que avisem na embalagem que o peso foi modificado. Está bem,
ótimo que se avise, claro. Mas e o preço? Como elas conseguem justificar que não
se mantenham? Aliás, elas precisam justificar isso? Quando não aumentam na
hora, noto que meses depois, a “inflação” faz o serviço.
Me pergunto em caixa ALTA: SERÁ
QUE SE NÃO TIVESSEM RETIRADO OS 20 GRS, 40 GRS, 10 METROS ETC, O VALOR NÃO
SERIA MANTIDO E/OU AUMENTADO MESES DEPOIS DA MESMA FORMA? Claro que sim, na
minha visão. Isso que as empresas aplicam me cheiram a golpe para que seus
lucros aumentem. Os chocolates têm feito isso muito (não só eles como as
bolachas também – ainda não o fizeram com sucos de 1lt. e leites, mas duvido
que não estejam planejando algo assim mais à frente). O waffer Bauducco tinha
200 grs em seus primórdios, isso quando não trazia 20grs a mais de bônus vez ou
outra. Agora o máximo são 165grs. Repito: se é melhor para não nos fazer tanto
mal (e concordo), que se retifiquem os preços, e não que se mantenham os
mesmos! Agora a bola da vez – podem ir verificar nos supermercados – são os
chocolates da Garoto (cuja firma pertence atualmente à Nestlé). Trocaram por
umas embalagens mais “bonitinhas” mas estamparam bem legível que tem também um
“novo peso: de 170grs para 150grs”! E o preço continua subindo perto dos 4
reais, oscilando um pouco pra cima, e um centavo pra baixo nas lojas mais
tradicionais. Detalhe, o site da Garoto se encontra atualmente em manutenção.
Devem estar mexendo nas imagens da nova "roupagem" dos tabletes de
150grs.: http://www.garoto.com.br/. E
onde está o governo para juntar uma equipe e exigir relatórios reais das
empresas que justificam tais mudanças sem diminuírem seus preços, antes de
operarem a retirar a bel prazer os pesos? O Brasil é um país do engodo-compulsório:
faz de conta que está progredindo, mas maqueia (e mal) situações que não seriam
permitidas em países com mais rigor no trato com sua população...desde que essa
é respeitada e séria, e com poder de insurgência, como são alguns outros. Só
para exemplificar o que quero dizer: na Europa os shows musicais de rock têm
encarecido há alguns anos atrás, mas os fãs de bandas de rock começaram a se
negar a irem aos shows como represália dos descabidos aumentos propostos pelos “managers”.
Assim, estes últimos foram obrigados a recuar e diminuirem os preços até patamares
aceitáveis pela população (se não me engano, foi um caso contado pelo amigo
Edgar Franco, através de contatos seus da Alemanha). Aqui no Brasil, Robert
Plant esteve esses dias, e eu soube que primos meus foram à Brasília ver seu
show. Detalhe: um de meus primos têm 17 anos e é estudante. E eu soube que o
valor do ingresso foi de 270 reais, sendo que não havia “meia entrada”. Hummm...sim,
cara-pálida, ponha qualquer preço que como todo brasileiro pacato, eu vou pagar e assistir caladinho porque “Robert
Plant não vem sempre pra cá”. Não vem? O que mais tem acontecido é os grupos de
rock estrangeiros virem ao Brasil, dado que os preços daqui são exorbitantes
como ingressos e todos vão assistir sem reclamar...os “managers” daqui, que
aplicam tais preços, devem estar rindo adoidado com suas aplicações aumentando
a cada show.
Enfim, conclamo a nós,
brasileiros, que insurjamos vez ou outra com esses absurdos que as empresas
alimentícias, principalmente, têm feito, em “maquiar” os pesos, retirando
alguns graminhas aqui e ali (a cada período, repetindo isso, como o têm feito
nos chocolates, por exemplo, sucessivamente, e com sucesso), e comecemos a
ficar atentos a isso, reclamando...ampliando nossas queixas, começamos a acuar
um pouco as ações “criminosas” de tais empresas, pois nos vendem um produto com
peso menor e preço igual, e fazendo com que nosso governo abra os olhos e nos
ajude a deter essas estratégias de lucro bizarro! Isso, é claro, se o próprio governo
parar de nos empurar fraudes e contos-da-carochinha como essa de que quem ganha
mensalmente menos de 300 reais faz parte da “classe média”.
Somos mesmo tolos a ponto de
engolir tais falsidades informativas?
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