Com os eventos atuais que nos
assaltaram, especialmente esse da morte de mais de duas centenas de jovens no
sul do Brasil e que repercutiu o mundo, resolvi inserir no meu blog dois textos
que não são de minha autoria. Um é poético do professor Ruy Cezar do Espírito Santo,
educador à frente do Grupo INTERESPE – Interdisciplinaridade e Espiritualidade
na Educação, do qual faço parte como pesquisador, e outro que postarei a
seguir, uma reflexão do prof. Jaime Paulino, também do Interespe (http://www.pucsp.br/interespe/). Ambos
enfocam, à sua maneira, algo que passa incólume das milhares de reflexões e
ponderações e manifestos que assolam o país nesse momento: de que há uma
maneira estranha de o jovem ver seus momentos de lazer: dentro de um local
fechado, escuro, barulhento e em companhia de bebidas e outras. Parece que
quando há um momento ao lazer, obrigatoriamente o divertimento deva ser só
esse: um evento ensandecido em que as pessoas balançam seus corpos aos sons
insanos como se quisessem perder suas consciências. Em realidade, penso que é
isso mesmo o que querem no fundo, devido a um ritmo de vida autofágico que
criamos em que o objetivo-mór é a obtenção de dinheiro para uma sensação de
estabilidade...só que ao custo da mente criativa ser solapada. E por isso,
nesses momentos “livres” os jovens precisam e pensam que querem lugares assim,
já que não têm desenvolvidas outras maneiras em nossas sociedades patológicas. Com
pesquisa e relato de pessoas com sinestesia desenvolvida além da normalidade, há
um caso em que uma mulher com tal proficiência não atura ficar muito tempo
nestas boates (ou discotecas), pois como tem a sinestesia aguçada, em que lhe
faz converter os sons em imagens, ela vê quadrados pretos e pesados nesses
lugares devido ao som grave. Isso afeta sobremaneira sua mente que pede uma saída
do local o mais rapidamente possível (para mais detalhes assistam parte desse
documentário com ela aqui: http://www.youtube.com/watch?v=UQZRg_kVL34,
mais especificamente nos 5 minutos do vídeo ela fala dos sons graves e como lhe
afetam). Ou seja, se todos tivéssemos tal desenvolvimento veríamos o quanto de
mal nos faz locais e sons desmesurados dessa maneira. O próprio som do
escapamento solto de uma motocicleta em alto movimento pode, inclusive, causar
um sentimento de ódio em quem o escuta, pois é como se o som extremado
desferisse um golpe de corte no cérebro, tal qual uma lâmina o faria no corpo.
Assim, quais as razões reais
dessa catástrofe em que mais de 200 jovens morreram e outra centena está
ferida? A falta de saída de incêndio? O fogo causado pela pirotecnia inconseqüente?
As autoridades por terem dado livre alvará sem critério? Ou algo mais além,
como foco principal, a partir de uma vida ensandecida em que os jovens não
podem atuar sua mente criativa, como
mencionei acima?
Por isso, é minha intenção nesse
blog co-partilhar meu interesse nos desígnios da vida, com relação à consciência
humana e o que temos feito de nós e do mundo.
Aqui vai o texto poético do Prof.
Ruy para reflexão cartesiano-criativa (pois seu texto por estar em forma poética
ativa um pouco mais nosso hemisfério direito cerebral do que se lemos apenas
textos racionais cartesianos):
Santa Maria!
O que pode nos dizer a verdadeira Santa Maria
Sobre a tragédia de ontem?
Pessoas “trancadas” num espaço sem portas de saída...
Será que a grande mensagem não é um alerta para tantas
“baladas”?
Tantos jovens “exprimidos” em espaços semelhantes ao da
tragédia de ontem?
O Ser Humano precisa “acordar”...
Saber “o que está fazendo” e não simplesmente “fazer o que
os outros fazem”...
Espero que o acidente conscientize nossos jovens de forma
especial...
A verdadeira “alegria” está muito distante das drogas...
Das “baladas”...
Na verdade está “no mais dentro” daqueles que
verdadeiramente “acordam”
Para a beleza e a profundidade de si mesmos!
Se uma rosa ou orquídea são de suprema beleza que dirá de um
Ser Humano?
O mistério da realização de nossa beleza está no desafio da
liberdade que vivenciamos...
Precisamos “querer” realizar tal beleza presente “no mais
dentro” de cada um de nós...
Assim teremos a música, a poesia, o acolhimento do Outro, o
Cuidar da Natureza...
Nada de “mal” nas diversões, porém há que “sabermos” o que
estamos fazendo...
Vamos aprofundar com Santa Maria o sentido profundo da
Vida...
E o quanto precisamos cuidar de nós mesmos e de nosso
entorno!
Até Sempre! Ruy
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