segunda-feira, 23 de julho de 2018

Assessores de vereadores e seus homéricos salários...numa cidade pobre cujo IPTU estraçalha seus concidadãos!

Na cidade de São Vicente (1ª Vila fundada – e “afundada” do Brasil), paga-se um dos maiores IPTUs da Baixada Santista. Neste ranking: https://exame.abril.com.br/brasil/as-24-cidades-que-tem-iptu-mais-alto-que-o-de-sao-paulo/, ela não entrou, mas note que uma boa parte das cidades com valores mais altos que São Paulo encontra-se no litoral paulista (e São Vicente deve, sim, ter um dos mais altos até, em proporção de tamanho e pobreza social: para se ter uma idéia, um apartamento antigo no centro da cidade, com uns 100m2 custa uma média de R$3.200,00 ao ano para o contribuinte!). A cidade que vive em calamidade pública financeira sempre teve vereadores com salários altos, mas agora é pior, pois devido a uma Lei Complementar estapafúrdia nº 49/15, conseguiram a façanha de pagarem um valor mais alto que o de um vereador (numa média de quase R$15.000,00) para cada um dos assessores de seus vereadores (http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/vereadores-de-sv-terao-direito-a-mais-um-assessor-salario-sera-pouco/96731/)! Lembro que anos atrás enviei uma reclamação para que a prefeitura me respondesse por que um IPTU tão alto para uma cidade cujos habitantes são de baixa renda (o que, inclusive, causa maior incidência de inadimplência), ao que me responderam que era devido à (pasmem) prefeitura ser “pobre”! Bem, de lá para cá, garanto que não deixou a categoria de pobreza, mas mesmo assim, alega agora publicamente como justificativa (indefensável) a necessidade desta lei para assessores e seus homéricos salários (sic!) devido à alta demanda de projetos (sic2!) a partir desta nova prefeitura!
Estas leis complementares são criadas a rodo, e sem coerência ou amparo legal! Lembro também que eu mesmo fui o autor de um processo contra uma prefeitura anterior de S.V. que através de uma lei complementar criada pelos seus ilustríssimos vereadores resolveu cobrar cada folha do boleto do IPTU (que era contrária a uma lei maior estadual que proibia este tipo de cobrança), e que consegui ganho de causa à toda a cidade, em que de lá pra cá, as folhas dos boletos, ao menos, não são mais pagas pelo cidadão.
Definitivamente, um país que não tem seriedade e mantém uma visão curta e vontade imediatista de suprir seus políticos não pode servir de modelo para planejamento algum, sequer como modelo de idoneidade! O senhor Alfredo Moura, que agora mesmo tentou em vão defender a necessidade destas assessorias, e pior, os valores de seus salários a uma repórter num programa jornal televisivo na TV Band, que tenha mais discernimento do que está falando e saiba que não conseguiu, em hipótese alguma, fazer tal defesa. Lembro que ele pleiteia a vaga de Deputado Federal, e advirto-lhe que continuo convicto em não pisar na seção eleitoral, visto que as urnas eletrônicas são passíveis facilmente de fraudes, mas independente disso, não teria meu voto, em instância alguma. Sr. Moura, acha cabível tais salários de assessorias numa cidade pobre como a de São Vicente, enquanto seus munícipes “doam” muito de seus sacrificados salários ao caríssimo IPTU? Se querem assessorias, que os salários sejam coerentes, e não estes absurdos! Eu realmente continuo defendendo que não há sistema político algum neste país que o valha, enquanto não houver uma reformulação para valer do sistema político geral.


Gazy Andraus, professor doutor, lecionando em uma universidade pública estadual, e com salário cinco vezes menor que cada um desses assessores, tentando inculcar conscientização política a seu alunato! São Vicente, 23/07/2018.

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